segunda-feira, 21 de junho de 2010

Para sempre, ele.

Com o peito estufado
é para um grande homem
a quem declaro meu amor.

Sinto que há uma mão no meu traçar
ela desenha sobre o solo um caminho:
retira cuidadosamente, um a um,
todos os pedregulhos.
Ela coloca as curvas mais suaves.
Ela sinaliza qualquer perigo
em que esteve impotente.
Ela desenha cuidadosamente
árvores
lindas e diferentes árvores.
Esperando talvez por frutos...

Então, essa mão sangra
sangra quando uma pedra aparece no caminho
não a pedra de Drummond
mas a pedra que cresceu
e sob seus fixos olhos passou.
Sofre. Sangra. Morre um pouco.

É claro, existem muitas mãos no mundo,
mas não como essa,
essa tem seu nome por singularidade,
não apenas por destino.
Essa mão que aperta e liberta.
Essa mão que escreve a apaga,
não com borrachas, ela detesta borrachas,
também afaga e castiga, estende e abençoa.

E essa mesma mão
foi a criadora das mais incríveis histórias,
mas além de tudo,
de mágicas,
transformando
o seu castelo em encantado
sua pequena numa princesa
sua existência numa excelência.
Pipito, eu te amo.

sábado, 19 de junho de 2010

Reticências para a Interrogação

Porque hoje sinto que o mundo pertence a poucos
sei das limitações da minha personalidade
e da imensidão peculiar da essência
conheci caminhos novos
submergi-me para respirar.

O alivio do peito
é a gratidão da alma,
dentro do meu ser
espelho para o desconhecido
mundo imprevisto e desconexo.

Ainda procuro,
sem respostas,
Amém.
Pois no dia que sanarem as perguntas
no pote de ouro
haverá apenas ouro.