terça-feira, 7 de setembro de 2010

Sem dois, um inteiro

Eu quero sumir, sozinha como estou.
Correr, correr, sentir e correr ainda.
Parar no vazio.
Respirar o vácuo.
Dormir no sonho submerso e escuro.
Ainda não acordar ...

Depois, acordar sem memórias,
sem arrependimentos,
sem sonhos perdidos e visionados.
Acordar pra nada e poder desfrutar de tudo,
o tempo inteiro.

Sentir no escuro a companhia que me faltava,
perceber que não precisaria mesmo de outrem.
Mas que seja a minha vontade a água
de qualquer sede de presença.

Minhas palavras, que um dia se perderam,
hoje valem mais.
Meus pensamentos apenas os papéis conhecem
eles sim, eles não têm dedos para apontar,
nem para pedir esmolas e
não me ferem,
mas, contudo, não me dão o conforto de um ombro.

Mas, agora se sozinha estiver,
a prova de balas ficarei.
Sozinha, sem ter como me ferir.
Minhas palavras de defesa aposentadas
e qualquer ataque seria repudiado
com a simples tatica da indiferença,
doce sabor amargo que chega a boca
dos que foram e não serão.

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